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O Encouraçado Aquidabã, orgulho da Marinha Imperial, foi lançado ao mar em 1885. Teve como comandantes nomes históricos como Custódio de Melo, Júlio de Noronha e Alexandrino de Alencar. Participou decisivamente da primeira e da segunda Revolta da Armada, quando deu um tiro de advertência que infelizmente atingiu a torre da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, na Rua do Ouvidor. Lá está na sacristia o projétil até hoje.
O Aquidabã explodiu misteriosamente, quando estava fundeado na Baía de Jacuacanga, perto de Angra dos Reis, no dia 22 de janeiro de 1906. Foi ao fundo com mais de 200 tripulantes, entre marinheiros, oficiais e o comandante, e três almirantes que haviam acabado de embarcar naquele dia. Entre os mortos estava o Guarda-Marinha Mário de Noronha, filho do Ministro Almirante Júlio de Noronha, que a tudo assistiu a bordo do "Barroso", também fundeado próximo ao Aquidabã.
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Meu caro amigo, e irmão, Gilberto Roque Carneiro, que foi Capitão dos Portos em Angra dos Reis, já me contou muitas histórias do Aquidabã. Eu mesmo estive visitando, há muitos anos, o monumento erguido para homenagear os mortos, em um promontório na Baía de Jacuacanga.

No próprio ano de 1906 o poeta Emílio de Menezes, nascido em Curitiba e falecido no Rio de Janeiro, "o último boêmio", membro da Academia Brasileira de Letras (onde nunca tomou posse) escreveu um poema intitulado Dies Irae - A tragédia do Aquidabã, do qual reproduzo abaixo uma parte. Antes, porém, quero dizer que quase toda a poesia de Emílio de Menezes, conhecido por sua irreverência, tem estranhamente como tema central a morte. Dies Irae, talvez alguém se lembre, é o nome de um cântico escrito em latim no século XIII, e que fazia parte do Réquiem, a missa para os mortos nas igrejas Católica e Anglicana.

Encouraçado Aquidabã

"Sonha o grande couraçado,
Sonha o navio, e, no sonho,
Revê todo o seu passado
De heroísmo no mar medonho.
Tem dentro de si, contente,
A marujada louça
Que a glória nunca desmente
Do nome de Aquidabã.
Todo ele é uma alma sonora,
É da pátria a própria imagem,
A dar provas, de hora em hora,
De nobreza e de coragem.
Sonha que a sonhar desperta
Por uma alegre manhã
A uma voz que brada: Alerta!
Marujos do Aquidabã."


(18 de janeiro de 2015)


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