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Quando aqui em casa minha filha viu o cortejo em Leicester para o sepultamento definitivo dos restos mortais de Ricardo III, protestou. Mas não era ele um detestável tirano, conforme retratou William Shakespeare? De fato, a única coisa que nos atrai na história deste rei da Inglaterra no século XV, o último da dinastia dos Plantagenetas, é o nome. O mesmo que escolhemos para nosso filho mais velho, talvez pensando mais em Ricardo Coração de Leão do que em Ricardo III. A famosa peça teatral de William Shakespeare mostra um rei cruel, com deformidade física, e ambição sem limites. Capaz de mandar matar os filhos de seu irmão, e outros membros familiares, para usurpar o poder. O poder. Esta palavrinha tão em moda hoje em dia, quando assistimos a uma outra peça tragicômica que mostra como a ânsia de poder leva homens comuns a se prostituirem e praticarem os atos mais levianos, em prejuízo de toda uma coletividade. Certamente não é só pela riqueza. É pela volúpia do poder. Ricardo III foi o último rei da Inglaterra morto em combate, o que pôs fim à Guerra das Duas Rosas em 1485. Segundo a peça de Shakespeare, ele diz pouco antes de ser morto uma frase que ficaria famosa "A horse! a horse! my kingdom for a horse!". Mas resta a indagação. Por quê o cerimonial de sepultamento na Catedral de Leicester em pleno século XXI, com as ruas apinhadas de súditos e curiosos?
(27 de março de 2015)

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