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O autor independente Washington Luiz Bastos Conceição acaba de divulgar um catálogo de todos os seus livros, com indicação de onde encontrá-los. Livros impressos e eBook. 

Para ter acesso ao catálogo clique aqui.


O leitor também tem acesso a alguns de seus livros em nossa Livraria Virtual.

 

 A escritora portuguesa Gisela Silva tem escrito excelentes livros sobre Eça de Queiroz. Eu não sou propriamente um queiroziano, longe de mim ter esta pretensão, mas considero Eça um dos meus escritores, digamos, de cabeceira. O livro Ora Eça, senhor Queiroz! começa contando o nascimento conturbado de Eça, que acabou sendo criado pelos avós. Quando foi se casar com Emilia de Castro, a mãe da noiva exigiu que ele tivesse o sobrenome da mãe dele, afinal a família da noiva não poderia aceitar alguém cuja mãe fosse ignorada. Coisas de Portugal daquela época. Gisela Silva tem se dedicado a um público mais jovem, mas nem por isso os mais velhos, como é meu caso, devam se sentir rejeitados. Ela tem razão. O público jovem tem que ser conquistado para as obras primas da literatura. Não pode ficar só à mercê de jogos eletrônicos e redes sociais.

Eça, certa vez em correspondência, disse que ele era apenas um pobre homem da Póvoa de Varzim. Eu também costumo dizer o mesmo, aqui no Rio de Janeiro, em mensagens para amigos. É uma forma de me desculpar por avaliações apressadas, ou preconceitos que afloram sem querer. Aqui neste blog já postamos sobre Emília de Castro,  A Tragédia da Rua das Flores, Queijadas de Sintra, Era Lisboa e chovia, Rua das Janelas Verdes, Histórias da Vila do Seixo e Alves & Cia.

Infelizmente para nós, os livros de Gisela Silva ainda não tiveram uma edição brasileira ou versões em eBook, o que facilitaria e simplificaria a nossa leitura. Mas, quem sabe, ainda podem ter.

Carlos G. Vieira

(14 de julho de 2024)

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Passo por elas, quase todos os dias, nas minhas caminhadas pelas ruas do bairro. Praticando o mindfulness, para acalmar a mente. E me ponho a observá-las, enormes, portentosas, algumas ultrapassando a cota dos edifícios. Com múltiplos galhos, parecendo novos troncos já envelhecidos, avançando sem pudores pelas janelas e sacadas. Aqui em casa me alertam para ter cuidado com os frutos, que teimam em cair sobre as cabeças dos transeuntes, e costumam fazer estragos.

Leio que os moradores do Leblon reclamam, dizem que não entendem por que plantaram árvores tão grandes, umas se juntando às outras, copas enormes que tiram o sol dos apartamentos. Drummond, com sua perspicácia de poeta, e mineiro, exaltou as amendoeiras (de Copacabana, suponho), com a famosa crônica Fala, amendoeira. Da minha parte, contento-me em admirá-las. Muitas delas com lindas orquídias atreladas ao tronco, que os porteiros tratam de manter vivas eternamente. E se, por acaso, fenecem, são trocadas por outras. Acho que o bairro assim fica mais humanizado, as ruas menos agressivas e as buzinas menos irritantes. Não acho que os urbanistas tenham escolhido mal. Façam uma caminhada, ao acaso, pela Rua Almirante Guilhem e vejam a beleza destas árvores. Vão concordar comigo.

Carlos G. Vieira  

(22 de junho de 2024)

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Nosso autor independente Washington Luiz Bastos Conceição não para de inovar. Após ter lançado este livro em Português do Brasil, publicou duas versões bilíngues: inglês e espanhol. Transcrevo abaixo a explicação em espanhol.

"Cuando el Covid-19 golpeó a la humanidad, Leilah y Washington, octogenarios, tuvieron que refugiarse en el aislamiento social. En esta condición inédita, vivida en todo el mundo, la pareja brasileña, residente en Río de Janeiro, sobrevivió a la fase más grave de la pandemia. El libro registra el día a día de los dos en el periodo comprendido entre marzo de 2020 y marzo de 2022, las dificultades, su forma de afrontarlas, sus actividades y su control personal para no dejarse desanimar. En los momentos más difíciles, analizaron esa situación extraña, incluso escandalosa, que estaban viviendo, sintiéndose infelices por verse privados de ver a sus hijos y nietos, de estar con amigos, de caminar libremente por la “Ciudad Maravillosa”. Se preguntaban: “¿Cuánto tiempo más nos mantendrá atrapados el Covid-19?”.

Disponível na versão impressa na Uiclap
e na versão ebook na Amazon.

(5 de abril de 2024)


Este é o terceiro episódio, para usar um termo atual do streaming, de um folhetim escrito em quatro partes, tendo como cenário o antigo bairro do Rio Comprido, no Rio de Janeiro. Para ler as partes anteriores, publicadas aqui neste blog, clique em  Rio Comprido, 1939 e Rio Comprido, 1940


EU ESTOU EVITANDO ENCONTRAR AQUELAS meninas da Costa Ferraz. A situação da guerra na Europa piorou muito. A Alemanha, segundo dizem, está arrasando Londres com bombardeios, e agora se voltou para a Rússia, com a qual tinha um tratado de não-agressão. Hoje comentou-se lá em casa o cerco de Stalingrado. A Mãe Rússia, disse meu pai, vai se render daqui a pouco. Neste caso só restaria à Inglaterra pedir trégua e fazer um acordo, como sempre quis o Führer.

Alguns amigos de meus pais decidiram voltar para a Alemanha e ajudar no esforço de guerra. Minha mãe até pensou nisso, mas meu pai é mais cuidadoso e disse que devemos esperar a paz na Europa primeiro, que segundo ele deve ser coisa para este ano. Os americanos continuam numa pseudo-neutralidade. O que vou dizer se aquelas meninas me encostarem na parede? O governo brasileiro, diz o jornal O Globo, está sendo pressionado para não vender matéria-prima para a Alemanha, principalmente depois que o cargueiro Taubaté foi afundado no Mediterrâneo. Em compensação, na casa do Alexandrino estão todos virtualmente apavorados. A Itália não tem se saído muito bem nesta guerra. Dizem que Mussolini só queria entrar em guerra no ano que vem, quando imagina que a Itália estaria preparada. Mas Hitler pressionou e Mussolini ordenou a invasão da Grécia. Pronto, era o que faltava. Os gregos rechaçaram o ataque e agora os alemães estão ajudando os italianos a conquistar a Grécia. Mais atraso na invasão da Rússia. Muitos italianos mortos e feitos prisioneiros. Alexandrino torce para a Itália e eu torço para a Alemanha. E aqui nós todos, inclusive na casa da Costa Ferraz, torcemos para o América, e tudo bem.

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