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Tem épocas em que a gente fica meio desanimado. Estou numa semana destas. Muita coisa acontecendo que me traz uma depressão difícil de segurar. Ontem fui a mais uma missa de sétimo dia. Sentida, amarga. Durante toda a semana pensei naqueles que se vão, e não dão tempo nem de despedir. E, para completar a semana, ontem mais um amigo de infância se foi em Belo Horizonte, Fernando Brant, orgulho da canção mineira (e brasileira). Em dias assim, que não dá vontade nem de sair de casa, costumo me refugiar numa abstração que criei, a Pensão Pereira. Onde todos os amigos são bem vindos, e nos reunimos em torno de uma mesa enorme atemporal, e comemos aquelas comidinhas que minha mãe fazia, e bebemos aquela cerveja com colarinho (o Otávio insiste em pedir sem colarinho, já falei para ele ler o livro do Houaiss onde lá se ensina o porquê do colarinho, mas ele não me ouve, a bem dizer nunca ouviu). Sem hora para acabar. Isto é ponto de honra. E ninguém atende celular. Se for chamada do Zé Roberto, eu já sei que não é para atender mesmo. O celular liga sozinho, diz ele. E lá vamos deixando passar as horas bem devagar, atrasando o relógio do Nelson Prado, se for possível, para que ninguém se levante, subitamente, e proclame "está na hora!". A Pensão Pereira não tem nada a ver com o Pereira Bar (e restaurante) de Salvador, nem com o Bar da Dona Onça em São Paulo, onde vai o Rogério, mas tem a ver. Mesmas conversas repetidas muitas vezes, e encerradas com aquele riso franco como se alguém nunca tivesse escutado. E tem um lugar cativo para o Credidio, sempre reclamando de alguma coisa. Abre aí um vinho só para ele, mas tem que ser na temperatura adequada. E quando começa a clarear o dia, a Pensão Pereira vai aquietando aos poucos, até alguém dar a ideia de encerrarmos os trabalhos comendo um cabrito no Nova Capela. Simples assim.
(14 de junho de 2015)

1 Comment:

  1. Alvaro Esteves said...
    You're my hero!!!

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