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A Rua das Flores, em Lisboa, é uma rua estreita que corre paralela à Rua do Alecrim, e que quase chegam a se encontrar no Largo Barão de Quintela, onde existe uma estátua em homenagem ao escritor Eça de Queiroz, com a inscrição “Sobre a nudez crua da verdade, o manto diáfano da fantasia”, frase retirada do livro “A Relíquia”. Tudo em um dos sítios mais visitados pelos brasileiros na cidade de Lisboa: o Chiado. Perto do Café “A Brasileira”, Casa Havaneza, Teatro Nacional de São Carlos, Igreja do Loreto e Livraria Bertrand. Um outro marco notável desta região é o Teatro da Trindade, reaberto ao público em 2013, exatamente o cenário escolhido por Eça para ambientar o início de seu livro “A Tragédia da Rua das Flores”, somente editado em 1980, cerca de cem anos depois de escrito.    Leia mais
O livro não chegou a ser revisto totalmente pelo autor, quase foi publicado em 1925, e por decisão da família de Eça de Queiroz adiado para uma época mais oportuna. É que o tema escolhido pelo autor, dentro de uma série de pequenos romances imaginada por ele sobre cenas da vida real (como ele próprio chamou), era difícil de ser assimilado pela sociedade portuguesa do início do século vinte: o incesto. Bem verdade que esta circunstância só é revelada ao leitor ao final do romance, e uma história de amor e paixão se transforma numa tragédia. Genoveva e Vítor, os personagens principais desta história lisboeta. Detalhe: um dos possíveis títulos aventados pelo autor para esta obra era "O Brasileiro", talvez como uma referência ao personagem Dâmaso Mavião. Eça era filho de um brasileiro, José Maria Teixeira de Queiroz. Vale a pena ler.

Se gosta de Eça de Queiroz (ou Queirós), veja também aqui no blog  Era Lisboa, e Chovia. Em correspondência com o jornalista e escritor português Pinheiro Chagas, Eça escreveu uma frase, com um certo sarcasmo, que repito sempre: "Eu sou apenas um pobre homem da Póvoa de Varzim".
(24 de outubro de 2013)

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