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A vida nacional, neste início de setembro, anda tão esquisita que resolvi reler o primeiro livro do Ciclo Vargas de Helio Silva. O Presidente Epitácio Pessoa defrontou-se com uma revolta iniciada no Forte de Copacabana, seguida pela adesão da Escola Militar do Realengo, em torno da figura carismática do Marechal Hermes da Fonseca, ex-Presidente da República. Esta era uma época em que se apontavam os poderosos canhões do Forte em direção ao centro da cidade e abria-se fogo mesmo. Tudo começou com uma profunda insatisfação do Clube Militar pela divulgação de duas cartas, supostamente escritas pelo presidente Artur Bernardes, de Minas Gerais, criticando os militares. Artur Bernardes era um assumido candidato a ocupar o Palácio do Catete, o que realmente aconteceu. Estas cartas foram analisadas por uma comissão e julgadas autênticas. Mas eram falsas, como confessou muito depois, arrependido, o autor da façanha. Isto foi o estopim para uma mocidade militar insatisfeita com os rumos da República naqueles anos 20. Os chamados 18 do Forte, que não eram 18, marcharam pela Avenida Atlântica e foram recebidos à bala pelas forças legalistas, na altura da hoje Rua Siqueira Campos, onde existe uma bela estátua comemorativa. Alguns tombaram mortalmente feridos, outros sobreviveram, como foi o caso de Eduardo Gomes e Siqueira Campos. Entre os que morreram ali estava um civil, Otávio Correia, que aderiu (de terno e chapéu) quando os moços começaram a caminhada. Outros tempos, quando a República motivava gestos extremos na defesa de princípios e crenças.
(1 de setembro de 2015)

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