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Estamos comemorando cinquenta anos da primeira edição deste livro fantástico de Julio Cortázar, cujo título no Brasil é O Jogo da Amarelinha. Quem me lembrou disso foi meu amigo Paulo Roberto S. Nicolau, que andou comprando um exemplar para dar de presente a uma certa Gabriela. Logo depois que comecei a ler, entro para comprar um vinho e dou de cara com o chileno Rayuela. Coincidências não existem. O autor sugere que o leitor escolha uma entre várias formas de se ler o livro, todas elas igualmente válidas. O personagem principal, que segundo o próprio autor tem muito dele mesmo, recebeu o improvável nome, para um argentino, de Horácio Oliveira. O que nos faz pensar em algum brasileiro perdido em Paris nos anos 50. Aliás, o livro cita o Brasil, coisa que não me lembro de que Borges (a quem Cortázar é comparado) tenha feito alguma vez. Borges sempre manteve um solene desconhecimento da literatura brasileira, e mesmo de outros países da América do Sul, exceto o Uruguai. O livro não tem propriamente um roteiro. São os personagens, em suas ambiguidades, que dão o tom. Como Berthe Trépat, por exemplo. Tive dificuldade em identificar tantos nomes de escritores e artistas mencionados, dos quais nunca ouvi falar (pobre de mim).  São duas histórias paralelas. Uma em Paris e outra em Buenos Aires. Fala-nos de um círculo de amigos, quase todos em falta de dinheiro, e suas especulações metafísicas (Oliveira sempre fala dos rios metafísicos), filosóficas, psicanalíticas e artísticas. Durante a leitura, tive muita pena do pequeno Rocamadour, que já fora Carlos Francisco no Uruguai. Ele é filho da outra personagem principal, chamada Maga, que também já foi Lucía. Um clássico, não há a menor dúvida.
(Livro Rayuela, ou O Jogo da Amarelinha, ou O Jogo do Mundo, Julio Cortázar)
(9 de setembro de 2014)

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