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Volto ao assunto e-books, um ano e quatro meses depois, pois a comercialização dos mesmos já é uma realidade no Brasil. Já evoluímos o suficiente de forma que, agora, eles são vendidos normalmente no País e passamos a falar em “Livros Digitais”. Eles estão disponíveis em nossas principais livrarias e a oferta vem crescendo. A parceria destas com as empresas internacionais que publicam os e-books favorece esse crescimento. Por outro lado, recursos maiores de software estenderam a possibilidade de leitura para diferentes tipos de “tablets” e para os próprios computadores pessoais, o que amplia a quantidade de leitores em potencial.

Em fevereiro do ano passado comentei neste blog a evolução da Tecnologia da Informação em geral e de sua aplicação em livros e outras publicações. Considerando a oferta de livrarias internacionais, destaquei que, para o leitor, as vantagens eram a facilidade de comprar o livro após ler as páginas de amostra oferecidas, pagar com cartão, baixar imediatamente e, vamos nos lembrar, sem pagar frete. E os preços praticados eram baixos.

Outra vantagem, muito importante, era o cardápio oferecido, imenso e extremamente variado. O acesso a autores do mundo inteiro, de todas as épocas, a livros em vários idiomas, já era algo admirável, talvez nunca sonhado. Tínhamos a oportunidade de selecionar com facilidade aquele autores e livros, alguns muito citados, que, por qualquer razão, não tínhamos lido ainda mas sentíamos que precisávamos conhecê-los. Mencionei também que, do ponto de vista do escritor independente, a grande vantagem oferecida pelo e-book é não requerer a impressão do livro, a menos que ele queira imprimir uns poucos exemplares para fins especiais. Neste caso, poderia recorrer à impressão “on demand”.

Todas essas vantagens, que então mencionei, permanecem.

Como sinto que avançou a comercialização do e-book no Brasil? O que percebo que mudou de dois anos para cá?

Em 2011, o que se comentava era se e quando a Amazon viria a operar no Brasil, comercializando aqui seus “Kindles” e “e-books”. Também havia dúvidas do leitor em potencial: “Que “tablet” compro?” e “A que livros terei acesso?”.

Os “tablets” são realmente mais apropriados e confortáveis do que os computadores (de mesa, ”notebooks” ou “laptops”) para a leitura de livros. A boa notícia é que, se você ainda não tiver um “tablet”, poderá ler livros no computador no formato e-book, selecionando tamanho de letra, capítulos e “virando páginas”.

Como exemplo de livros a que se tem acesso, veja as telas que se abrem se você pesquisar, na amazon.com.br, livros de Machado de Assis. Ou de Proust, outro exemplo.

Você também encontrará livros digitais nos sites de outras livrarias. Por exemplo, os de Érico Veríssimo no site da Livraria Cultura.

Além de pesquisas por autor, como as acima indicadas, pode-se pesquisar pelo título do livro.

Bem, e quando se trata de autores menos famosos, especialmente de independentes? Por exemplo: meu amigo Carlos Gentil Vieira publicou um romance com o título “Sabará 18”. Pesquisando-se pelo título do livro no site da Cultura, resulta uma tela em que a livraria mostra esse livro e aproveita para divulgar outros com “Sabará” no título:

Cara leitora ou prezado leitor: pelos exemplos, entendo que você já pôde avaliar a amplitude da oferta de livros que temos agora e a facilidade de seleção e aquisição dos mesmos.

Podemos ter, com os livros digitais, uma biblioteca tão volumosa quanto desejarmos, sem necessidade de espaço adicional em nossas estantes. Outro dia, assisti na televisão a uma entrevista do Jô Soares, na qual o entrevistado afirmou que comprava livros compulsivamente e, como consequência, tem uma vasta biblioteca em casa. O Jô comentou que ele, Jô, tinha uns cinco mil livros e, apontando para seu “notebook” sobre a mesa, concluiu: “Tudo no computador”.

Considero também muito importante a facilidade de pesquisa e localização de livros na biblioteca digital de cada um de nós, facilidade que, por exemplo, não tenho em minha biblioteca de livros impressos, embora esta seja pequena.

Essas vantagens me fazem crer que muitos leitores de livros vão aderir ao livro digital sem, necessariamente, abandonar o livro impresso.

Quem também se beneficia da tecnologia do e-book? O autor, especialmente o amador, o independente, que pode publicar seus livros sem o custo da impressão, sendo ou não seu próprio editor. Em particular, desejo que ele tenha a mesma satisfação que sinto ao ver meus livros nas estantes virtuais das livrarias.

A publicação de um e-book é relativamente simples, de modo que espero que as pessoas que pretendem começar a escrever aproveitem essa oportunidade.

O Livro Digital, que está chegando com força ao nosso País, será um grande sucesso e, lido até em telefones celulares, contribuirá significativamente para a educação e o desenvolvimento dos brasileiros, elevando nossa média de livros lidos por ano.

Washington Luiz Bastos Conceição
Rio de Janeiro, 22 de junho de 2013.

Este artigo foi extraído do Livro Crônicas Selecionadas 2012-2013, com permissão do autor. O livro pode ser encontrado em nossa Livraria Virtual.



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