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O seu nome todo era Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo Branco Souto Maior de Oliveira Campos. Assim mesmo como acho que deveriam ser os nomes das pessoas, com todas as famílias a que pertencem. Nascida em Mariana - MG no ano de 1752, casou-se aos doze anos com Ignácio de Oliveira Campos, com quem realmente queria se casar e não com aquele que seu pai havia escolhido para ela. Começou cedo. O casarão que mandou construir na Fazenda de Nossa Senhora da Conceição do Pompéu, hoje demolido sabe-se lá porquê, tinha 80 quartos. A fazenda, que se estendia do centro de Minas Gerais (região de Pitangui) até as terras de Paracatu, nos limites com Goiás, tinha a bagatela de 950.000 alqueires de terra. Foi uma grande criadora de gado, abastecendo Minas e o Rio de Janeiro, nos tempos do Brasil Colônia, Reino e Império. Dizem que possuía alguma coisa como 40.000 cabeças. Entre seus descendentes estão muitos mineiros ilustres, como Milton Campos, Afonso Arinos de Melo Franco, Magalhães Pinto, Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, Benedito Valadares e Gustavo Capanema.

Agora passemos a falar do médico, escritor e poeta Agripa Vasconcelos, também um descendente de dona Joaquina Bernarda, e que conheci quando morava na esquina da minha rua Santa Rita Durão com Contorno, em Belo Horizonte, como descrito no livro Armazém Colombo. Agripa Vasconcelos escreveu muitos livros importantes para os mineiros, imortalizados no cinema e na TV. Escreveu, só para falar de alguns, romances sobre o Gongo Sôco, Chica da Silva, Chico Rei, Dona Beja e dona Joaquina do Pompéu. Agripa estudou medicina no Rio de Janeiro e foi orador de sua turma, tendo na ocasião recebido um destaque especial no discurso do paraninfo, Miguel Couto. Segundo fiquei sabendo agora, no blog criado por sua neta Mara, ele era também um leitor voraz, fazendo infindáveis pesquisas e mil anotações para futuros trabalhos, dispostas em volumosas pastas em uma mesa caótica. Escreveu seu primeiro livro muito jovem ainda, o que lhe rendeu entrar para a Academia Mineira de Letras aos 22 anos. Apesar de ser um dos mais importantes nomes da literatura em Minas Gerais, quando lhe perguntaram uma vez o que havia trazido mais satisfação em sua vida, se escritor ou médico, não teve dúvidas em escolher a medicina. Faleceu em Belo Horizonte em 1969.

Dona Joaquina do Pompéu foi uma figura marcante e controvertida. Criaram-se muitas lendas sobre ela, sobretudo porque mesmo muito antes da morte do marido ela já havia assumido pessoalmente a condução dos negócios da família, e dizem que tudo conduzia, inclusive os filhos, com rigor militar. Quando morreu deixou de herança, entre outras coisas, 11 fazendas. Talvez seja por isso que tenho um neto que se chama Joaquim Campos.

Para saber mais sobre a obra de Agripa Vasconcelos recomendo o excelente blog www.agripavasconcelos.blogspot.com

(9 de fevereiro de 2015)


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