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    Aqui a Igreja refere-se às igrejas de Minas, aquelas muito antigas, do século XVIII em diante. Livro publicado este ano, de autoria de Mauro Monteiro. Começo pela Igrejinha (o autor chama de Capela) de Nossa Senhora do Ó, um dos cenários do livro Sabará 18, aqui em nossa Livraria Virtual. E, também, da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, ambas em Sabará. O autor nos ensina que a Igreja de Nossa Senhora da Conceição é uma das mais importantes do período 1700-1730, e constitui um belo exemplo de retábulo no estilo Nacional Português, com toques do estilo joanino.

    Uma vez, estando em quarto de hotel em Portugal, vejo um programa na TV falando da Igreja do Colégio dos Jesuítas nos Açores (Ponta Delgada), e o narrador explicava que o estilo adotado nas pinturas só existia ali e em Sabará. Levei um susto. Referia-se, naturalmente, à Igrejinha do Ó. Mas também se aplica à Igreja Matriz. Explica Mauro Monteiro, com relação à Igrejinha, que "O arco do cruzeiro é decorado com estampas com motivos orientais, as chinesices." 

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    Para exemplificar o estilo joanino, que refere-se a várias correntes artísticas que prosperaram em Portugal no reinado de D. João V, o autor vai a Ouro Preto, e começa pela Capela do Padre Faria. São os retábulos o que mais chama nossa atenção no Barroco Mineiro. Como este período coincide com a descoberta do ouro nas Minas, em abundância, o barroco carregou no dourado. Um bom exemplo a meu ver, em Portugal, é também a Igreja do Carmo, no Porto.

    Outra característica interessante das fachadas de algumas igrejas de Ouro Preto, como a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, é a construção curvilínea. E o autor lembra que outro exemplo deste tipo de construção foi a Igreja de São Pedro dos Clérigos, no Rio de Janeiro, uma relíquia infelizmente demolida para dar lugar à Avenida Presidente Vargas (ela é citada no livro A volta do Abominável, em nossa Livraria Virtual).

    Depois vem o rococó, um estilo que nasceu na França e que se opôs, de certa forma, ao barroco. Enquanto o estilo barroco é austero, fechado, escuro (o "horror ao vazio"), o rococó introduziu o branco, a claridade, no interior das igrejas. O autor cita, como exemplo, exatamente a Igreja do Carmo de Ouro Preto. E o casarão? Lá está, imponente, em Ouro Preto, com sua eterna vocação para hospedar as pessoas.

    Além de todas as explicações devidas, e uma minuciosa pesquisa sobre as igrejas coloniais de Minas, o autor ainda nos ensina termos tais como padroado, galilé, cornija, capitel, e vários outros. Vale a pena ler.

(Livro A Igreja e o Casarão, Mauro Monteiro, 3i editora, 2021)

(16 de junho de 2021, em homenagem a Lívia Vieira Marques, que hoje completa oito anos.)


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