Este livro Como um rei na França, editado em 2011 pela Editora Record, relata suas experiências em regiões tão diversas como a Alsácia, Normandia, Borgonha, Vale do Loire e outras. Ele explica que tudo começava por volta de julho, com pesquisas para escolher um determinado lugar, que fosse no interior da França, fosse uma casa equipada, numa localidade pequena. Escolhido o alvo daquele ano, passava aos anúncios de casas para alugar, descartando a maioria até chegar naquela que lhes parecia mais adequada.
Então, começava a viagem por Paris, hospedando-se sempre no mesmo hotel, alugava um carro pelo sistema de leasing e começava um mês de intensas aventuras em um local totalmente desconhecido. E, pelo que relata, sempre se propunha, ao ser convidado para jantar em algum de seus vizinhos, levar um cassoulet no estilo autêntico de Castelnaudary, imagino que para total surpresa dos convivas.
O livro é uma delícia de se ler, com fotos de cada um dos lugares e das casas que alugaram. Quando cheguei ao final de seu relato da casa na Normandia, tratei logo de comprar um Calvados Pays d'Auge.
Carlos G. Vieira
(26 de outubro de 2023, em homenagem a um menino muito querido nascido nesta data)
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Uma vez, estando em quarto de hotel em Portugal, vejo um programa na TV falando da Igreja do Colégio dos Jesuítas nos Açores (Ponta Delgada), e o narrador explicava que o estilo adotado nas pinturas só existia ali e em Sabará. Levei um susto. Referia-se, naturalmente, à Igrejinha do Ó. Mas também se aplica à Igreja Matriz. Explica Mauro Monteiro, com relação à Igrejinha, que "O arco do cruzeiro é decorado com estampas com motivos orientais, as chinesices."
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Uma vez fui a uma missa na Igreja do Carmo e, ao chegar, notei que a sola do meu sapato estava despregando. Passei a missa toda agoniado pensando onde encontraria um sapateiro aqui no centro da cidade para quebrar meu galho. Acertou. Foi lá mesmo no Beco dos Barbeiros que um sapateiro solícito, daqueles que sabem como meu amigo Sarmento o que é sovela, acabou com a minha angústia em dois tempos.
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Qual a probabilidade de um taxista, em Montevidéu, conhecer a cidade do interior do Estado de São Paulo chamada São João da Boa Vista? Todos concordarão que deveria ser zero. E de encontrar um brasileiro que não apenas conhecia, mas iria para SJBV no mês seguinte? Esta possibilidade, matematicamente, não existe.
Agora leio aqui no O Globo que SJBV encabeça as 50 melhores pequenas cidades brasileiras para se envelhecer. Concordo. Por lá passei diversas vezes, a primeira delas quando tinha seis ou sete anos de idade. Está relatado no livro Armazém Colombo (em nossa Livraria Virtual). Depois tive o prazer de ser ciceroneado por Lourdes e Rogério, várias vezes, e de me hospedar na chácara paradisíaca que eles tinham nos arredores da cidade. Tive oportunidade de conhecer por dentro o fantástico Teatro Municipal, inaugurado em 1914, e agora totalmente restaurado, depois de uma fase de quase abandono. Já é uma tradição a "Semana Guiomar Novaes", em homenagem à grande pianista nascida em São João. Quando se espantam aqui onde moro com meu entusiasmo por SJBV respondo sempre que "lá sou amigo do rei".
(7 de maio de 2017)
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Cristina, uma figura intrigante, feita rainha aos seis anos de idade pela morte do pai, coroada aos 18, pupila de Descartes, que nunca quis se casar, e que abdicou do trono aos 28 anos (em 1654). Já começa que chocou a sociedade da época porque insistia em usar roupas masculinizadas. Quiseram que ela se casasse com um primo, e ela preferiu transferir-lhe o título de rei, para não ter que passar pelo dissabor de casar-se. Escreveu cartas apaixonadas para uma certa Duquesa Ebba Sparre, sua amiga inseparável.
Uma das razões alegadas para a abdicação foi que decidiu converter-se ao catolicismo, num país rigidamente luterano. O Papa Alexandre VII, em Roma, aplaudiu intensamente e considerou esta uma vitória sua contra o movimento da Reforma Protestante. Depois disso nunca mais uma mulher pode ser sucessora do rei na Suécia.
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Fundado na década de 20 do século passado, o Café, inicialmente, recebeu o nome de Elite, como aquele que existiu na rua da Bahia, em Belo Horizonte. No ano seguinte, mudaram para Majestic, mais ao estilo francês. A minha admiração pelo Majestic vem de longa data. Uma vez amiga minha, retornando de viagem a Portugal, fez questão de me trazer saquinhos de açúcar do Majestic, para provar que lá estivera, como eu havia lhe recomendado. Estão aqui até hoje, intocáveis.
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O museu, anexo ao Conservatoire, que abriga uma das mais antigas escolas de engenharia da França, ocupa o espaço do que foi a igreja católica de Saint-Martin-des-Champs, fazendo parte de uma abadia beneditina do século XII. Esta igreja foi ocupada durante a Revolução Francesa em 1790, e tornou-se depois o repositório que deu origem ao museu, aberto oficialmente em 1802. Você pode fazer uma visita virtual ao Musée e conhecer as diversas coleções clicando aqui (através do Google Cultural Institute).
(SRombauts at French Wikipedia - photo by SRombauts)
(18 de janeiro de 2016)
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Edgar Freire Rubio é um caso curioso de livreiro tornado escritor. Nascido em Quito em 1947, de origem humilde e família de muitos filhos (seu pai era sapateiro), foi desde muito cedo trabalhar na Livraria Cima, esta mesma onde comprei há muitos anos o livro ao lado, em sua terceira edição. Lá, segundo depoimento dele próprio, aprendeu a amar os livros. Trabalhou nesta livraria por 35 anos, e depois mais dez na Libreria Española. Tornou-se, com o tempo, um escritor e historiador. O livro organizado por ele com o título de Quito - Tradiciones, Testimonio y Nostalgia mereceu muitas edições. Atraiu-me, inicialmente, a crônica "Hubo una vez un niño", texto de Susana Cordero. Depois, "O Enigma de Quito" de Benjamín Carrión, "Manuelita Saenz" de Germán Arciniegas e muitas outras histórias. O livro é uma coletânea de artigos, lendas e crônicas, de diversos autores, sobre a vida e os personagens de Quito. Segundo Edgar Freire uma tentativa de manter vivas, para as novas gerações, as tradições da cidade. Só um bibliófilo poderia fazê-lo. Por sua relevância para a vida cultural de Quito, Edgar Freire recebeu a alcunha de "librero de la ciudad". Merecidamente.
(23 de outubro de 2015)
E, por falar em livreiro, visite também nossa Livraria Virtual. Tem até livro de graça.
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(30 de junho de 2015)
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Ano passado, indo a Lisboa, fiz questão de conhecer o Marco do Chão Salgado. Está ali, escondido em um beco, nas proximidades dos Pastéis de Belém. Pedi à Camila, que me acompanhou nesta incursão, que o fotografasse para a posteridade.
Em 1758, reinava em Portugal D. José I, aquele cuja estátua equestre está bem no centro da Praça do Comércio, na Baixa Pombalina. Isto foi depois do terremoto de Lisboa, e o rei havia decidido morar em tendas montadas na Ajuda, com todo o conforto e mordomia. Pelo que dizem as más línguas, voltava El-Rei, incógnito e sem escolta, de uma visita amorosa a uma certa senhora casada, e foi vítima de um atentado, ao qual sobreviveu com alguns ferimentos e um grande susto. Este acontecimento foi logo classificado como uma tentativa de regicídio, numa época em que se afirmava um absolutismo tardio em Portugal.
Começam aí várias indagações. Teria mesmo sido um atentado a El-Rei, que viajava incógnito e sem escolta, tendo como companhia apenas o cocheiro? Quem seria esta senhora visitada pelo monarca, furtivamente? Consta que era uma Távora, e dizem os relatos da época que isto não constituia exatamente uma novidade. O futuro Marquês de Pombal assumiu as investigações e rapidamente encontrou os supostos autores do atentado, que confessaram, sob tortura, terem sido aliciados por um Távora, aliado ao Duque de Aveiro. Ora, acontece que o Duque de Aveiro em particular e a alta nobreza estavam contestando a centralização do poder nas mãos do rei, e a excessiva liberdade para decidir os assuntos do Reino por parte de Sebastião José de Carvalho e Melo. Hoje diríamos que o Duque de Aveiro era uma pedra no sapato do Marquês de Pombal. Um processo sumário, eu diria sumaríssimo, decretou a morte dos Távoras, inclusive mulheres e crianças, e do Duque de Aveiro, familiares e serviçais. O Palácio do Duque de Aveiro, localizado no sítio onde hoje se encontram os famosos Pastéis de Belém e arredores, era um edifício maior do que o Palácio Real. Foi totalmente arrasado.Vejam a pintura aí abaixo só para terem uma ideia.
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O livro de António Barreto é uma preciosidade. Vale a pena procurar por ele em alguma livraria.
(Livro Douro - rio, gente e vinho, António Barreto, ed. Relógio D'Água, 2014)
(3 de abril de 2015)
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Agora uma pequena historinha sobre João Batista Ferreira de Sousa Coutinho, o primeiro Barão de Catas Altas. Foi riquíssimo. Dono da mina de ouro do Gongo Soco, que depois vendeu aos ingleses. Contam que quando D. Pedro I visitou pela primeira vez Ouro Preto ele ofereceu ao imperador e sua comitiva um jantar, em que a baixela era toda em ouro. Ao que D. Pedro observou que nem no Palácio de Queluz existia aquilo. Ato contínuo foi-lhe oferecida a baixela completa de presente, e ele na maior sem cerimônia mandou embrulhar e levar para o Rio de Janeiro. Continuava o saque de Minas Gerais. O Barão de Catas Altas morreu na miséria, assistido apenas por dois de seus escravos.
(Foto do Centro Histórico de Catas Altas-MG de autoria de Lucia Coelho. Licenciado sob CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons.)
(16 de março de 2015)
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Conheça os nossos livros na Livraria ou veja só alguns que versam sobre a vida em Minas Gerais.
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(6 de dezembro de 2014, em homenagem à Dona Mariana, que me deu a vida)
Foto do autor
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"Sur le penchant de quelque agréable colline bien ombragée, j'aurais une petite maison rustique, une maison blanche avec des contrevents verts." (Jean-Jacques Rousseau)
Na Rua das Janelas Verdes fica o Museu Nacional da Arte Antiga, em palacete que pertenceu aos Távoras, aquela mesma família defenestrada pelo Marquês de Pombal depois da tentativa de assassinato do rei D. José I (quando voltava incógnito de um encontro amoroso justamente com uma Távora). Este belo edifício do século XVIII foi então levado a leilão e arrematado por ninguém mais nem menos do que o irmão do próprio Marquês de Pombal, que por sua vez acabou herdando a propriedade depois da morte daquele. O tempora o mores, já dizia Cícero.
Ele já foi conhecido como Palácio das Janelas Verdes, e nele residiu e faleceu D. Amélia, Imperatriz do Brasil, última esposa de D. Pedro I.
Agora, uma curiosidade que nos liga a este palacete. O lendário Irmão Lourenço, a quem se deve a devoção a Nossa Senhora Mãe dos Homens no Caraça, em Minas Gerais, seria - segundo a versão mais aceita atualmente - membro da família Távora que conseguiu escapar do braço forte do Marquês de Pombal, e que acabou refugiado no Arraial do Tejuco (a atual Diamantina), de onde partiu para fundar um Santuário e uma Irmandade no Caraça, precursores do famoso Colégio, onde tantos mineiros ilustres estudaram. O infortúnio dos Távoras é citado no livro Sabará 18, em nossa Livraria Virtual.
Na Rua das Janelas Verdes fica também um casarão, hoje transformado em hotel, que segundo dizem inspirou Eça de Queiroz para a criação do Ramalhete, onde moravam os Maias, bem próximo ao Museu, e descrito em detalhes ao início do romance. Quem for visitar Lisboa, não deixe de conhecer.
Recomendo a leitura: Balada do Mar Salgado - Roteiro da Lisboa Queirosiana
(17 de junho de 2014)
Esta postagem do blog também aparece, revista e ampliada, no livro abaixo (em nossa Livraria Virtual)
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Acontece que um túmulo semelhante ao da pintura foi encontrado em uma pequena vila do sul da França chamada Rennes-le-Château, onde um humilde cura de aldeia (com cerca de 200 habitantes em fins do século XIX), de repente, ficou rico, não se sabe bem por que razão. Certamente, dizem, não foi com missas, casamentos e batizados.
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(Livro "História Viva - Conceição do Mato Dentro")
(31 de julho de 2013)
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A Lello atual teve seu início por iniciativa de um francês, Ernesto Chardron, em 1869. Depois foi adquirida por José Pinto de Sousa Lello em 1881 e deu início à famosa Lello & Irmão, como é conhecida desde 1919. A Livraria é uma parada obrigatória para todos os que visitam o Porto (assim como tomar um café no Majestic e dar uma passada pelas Caves do Vinho do Porto, acrescento eu). A arquitetura e o interior da Livraria são esplêndidos, muito embora pareça um estreito edifício pelo lado de fora. São destaques os vitrais e a Ponte do Encanto, como se vê ao lado. Quem gosta de livros e livrarias tradicionais e nunca foi lá tem que conhecer.
(12 de abril de 2013)
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Ainda me lembro perfeitamente do cheiro de pão sendo assado na Padaria Savassi, quando ia comprar minhas revistinhas na banca em frente. Olhei com nostalgia o velho Cine Pathé, meio desarvorado, onde assistia aos seriados nos sábados à tarde. Passei em frente ao local onde ficava o Armazém Colombo, que dá nome ao meu livro aí ao lado.
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(2 de março de 2013)
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